Mesmo mais caro, chocolate some das prateleiras dos supermercados

Mesmo mais caro, chocolate some das prateleiras dos supermercados

Mesmo com os preços altos, alguns produtos estão começando a faltar nas prateleiras dos
supermercados. É o caso do chocolate em barra, do leite e de alguns derivados, como: creme
de leite, maionese, leite em pó e leite condensado, segundo aponta o Índice de Ruptura de
mMaio da Neogrid, empresa especializada em soluções digitais para às cadeias de
suprimentos.

A explicação

Há uma diminuição do estoque de chocolate, leite e derivados porque estão caros, e o
consumidor compra menos. Assim, para não ficar com produtos encalhados, os
supermercados também compram menos. Eles vendem os produtos disponíveis por preços
mais altos, mas não estão vendendo em grande volume, afirma Robson Munhoz, diretor de
Customer Success da Neogrid.

Munhoz explica ainda que o consumidor está comprando menos e optando por produtos na
promoção para economizar, e isso afeta toda a cadeia de abastecimento e o estoque dos
mercados.

Risco de desabastecimento

Embora algumas mercadorias estão em falta no mercado, Munhoz diz que não há risco de
desabastecimento e que a queda está mais ligada à diminuição do estoque por parte dos
supermercados,

O leite e seus derivados estão começando a faltar nos mercados. Isto porque o litro está mais
caro — marcas especiais chegam a quase R$10 em mercados mais chiques.

Segundo o último levantamento do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo)
divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o leite longa vida acumula
alta de 29,28% nos últimos 12 meses —e de 28,03% somente em 2022.

Por que os preços aumentaram?

Para o representante da Customer, o aumento dos preços tem a ver com o custo do frete,
mais caro com o aumento dos preços dos combustíveis, e com as estiagens, que obrigam o
produtor rural a comprar ração pronta para os animais, e ela é mais cara do que a alimentação
natural.

O consumidor sem dinheiro leva menos leite para casa, compra na promoção ou escolhe
outra marca. Com isso, os mercados diminuíram os estoques, e o cliente não encontra a
mMarca que normalmente comprava, afirma Munhoz.

O chocolate subiu 1018% nos últimos 12 meses e 5,16% em 2022, de acordo com o último
IPCA. A pesquisa da Neogrid diz que essa é a maior falta do chocolate nas prateleiras desde
maio de 2020.

Gasto do brasileiro cai….e venda do chocolate também

Com o orçamento reduzido, o gasto médio do brasileiro no mercado está caindo. Em vez de
comprar um xampu de R$ 18, compra um de R$13. No caso de chocolate, deixa de comprar. É
um efeito cascata que deve durar até o final deste ano, afirma Vinicius Alves, fundador da
Gooxxy, empresa especializada em recolocação de produtos no mercado.

O chocolate, por exemplo, é um dos produtos com caráter de premiação. É aquele item que o
consumidor costuma comprar quando acha que está “merecendo”, seja para comermorar
uma conquista ou para compensar algum estresse do dia.

“O chocolate subiu bastante de preço. É um produto do qual a pessoa não precisa para viver,
mas é um item de premiação. Quando a inflação pega, e o dinheiro no bolso diminui, o
consumidor deixa chocolates e snacks para depois”, completa Munhoz. (UOL)